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Como tudo começou

Há cerca de uma década, com a descoberta da minha primeira gravidez, decidi regressar a Portugal, após uma experiência profissional em Angola (o meu marido viria depois, quando nos conseguíssemos equilibrar financeiramente). Nessa mesma altura, sem que o tivéssemos previsto, a moeda do país (kwanza) deixou de poder sair do território e ser trocada por euros. Resumidamente, aquilo que tínhamos conquistado em Angola não tinha qualquer valor, nem nos salvaria nesta fase. Sem termos uma casa, nem nenhum tipo de bem em Portugal (havíamos emigrado imediatamente após a minha conclusão do curso), ficámos sem nada, isto num momento em que nos preparávamos para receber a nossa primeira filha.

Quando a nossa filha entrou para creche, mais de um ano depois, iniciei a procura por um estágio profissional, obrigatório para pertencer à Ordem dos Psicólogos Portugueses. Foi aqui que me confrontei com uma realidade para a qual não estava preparada: em todas as entrevistas, era notório o ar de desânimo do outro lado sempre que me perguntavam se tinha filhos e eu respondia afirmativamente.

Ter de começar do zero, com um de nós desempregado, sem fundo de maneio, e com um bebé nos braços, foi dos maiores desafios com que já lidámos; passámos grandes dificuldades nessa altura, ao ponto de faltar o básico. Apesar disso, eu sabia que amava a minha área (psicologia) e, assim como as pessoas à minha volta, acreditava no meu potencial, o que me levava a continuar a lutar.

Corri muitos sítios, bati a muitas portas, fui rejeitada uma e outra vez, sempre pelo mesmo motivo – ser mãe. Movida pela necessidade de dar voz a tudo aquilo que vivia e simultaneamente ser para alguém o colo que me faltava, criei a página 3m’s – Menina, Mulher, Mãe, que foi crescendo mais do que alguma vez imaginei.

Após finalmente ter conseguido um local para estagiar, aconteceu algo inesperado – começaram a chegar cada vez mais pedidos de acompanhamento, especificamente para mim. Quando iniciei a prática clínica, tinha uma lista de espera praticamente construída que, ao longo do tempo, continuou a aumentar.

O nascimento da equipa 3m’s

Em 2021, a lista de espera era extensa e praticamente todos os dias chegavam mais pedidos de acompanhamento. As pessoas ouviam falar sobre o meu modelo (MAPA), os lugares (internos) que eram alcançados a partir do processo terapêutico e identificavam-se com a visão que partilhava na minha página. Nesse momento percebi que tinha chegado o momento de dar mais um passo: criar a minha própria equipa de psicólogas.

Em menos de 3 anos, passámos a ser sete psicólogas na equipa. Embora pudéssemos ser mais, dado o elevado número de pedidos, existe um princípio do qual não abdico: haver um acompanhamento padronizado, em que sei garantidamente que toda a qualidade do modelo está presente. Para que tal aconteça, são necessários vários dias de formação cada vez que entra alguém para a equipa, diversas horas de supervisão semanal permanente e disponibilidade total da minha parte para cada uma das colegas.

  1. O início

    Nascimento da página 3m’s

  2. Media

    Início da presença nos media (programas de televisão, artigos em revistas e em jornais)

  3. Lançamento do 1º Livro

    Lançamento do livro Menina, Mulher, Mãe

  4. Equipa

    Construção da equipa 3m’s, inicialmente com 3 elementos

  5. Lançamento do 2º Livro

    Lançamento do livro Laboratório de Emoções

    A equipa cresceu

    Aumento da equipa, passando de 3 para 5 elementos

  6. Criação do podcast

    Criação do podcast “Bem me Quer by Barral” (mais de 979 000 pessoas alcançadas)

    6ª edição do 1º Livro

    O livro Menina, Mulher, Mãe atinge a 6ª edição

    A equipa continua a crescer

    Aumento da equipa, passando de 5 para 7 elementos

  7. Muitas surpresas a caminho!

Dar o que me faltou

Todas as colegas da equipa são mães de filhos pequenos, algumas com situações particulares de apoio à família.

Hoje penso na Tânia que tantas vezes se sentiu desesperada, injustiçada com a forma como era excluída das diversas oportunidades de estágio, num mercado que parecia forçar à escolha entre a família ou o trabalho, e vejo como foi possível dar algo diferente às meninas, mulheres, mães, que compõem a equipa. Sei que são felizes, com tempo para se dedicarem aos seus e com um mundo de oportunidades à sua frente.

Esta não é a história de uma empresa, esta é a história de uma causa.

Todas as boas mudanças começam com uma acção.

A sua existência é uma prioridade, o seu bem-estar é uma urgência, o seu equilíbrio interno é a nossa missão.

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